Links

Tools

Export citation

Search in Google Scholar

O centro da roda é o centro da vida: tradição, experiência, e improviso na roda de capuêra angola ; O centro da roda é o centro da vida: tradition, experience and improvisation in the Capuêra Angola roda

Published in 2016 by Carlos Alberto Correa Moro
This paper was not found in any repository; the policy of its publisher is unknown or unclear.
This paper was not found in any repository; the policy of its publisher is unknown or unclear.

Full text: Unavailable

Question mark in circle
Preprint: policy unknown
Question mark in circle
Postprint: policy unknown
Question mark in circle
Published version: policy unknown

Abstract

A roda de capuêra angola, em sua multiplicidade de significados, inaugura, a cada novo grito de Iê, a cada nova ladainha, a cada novo apertar de mãos aos pés do berimbau, um espaço no qual tudo o que já foi, todo legado ancestral da capuêra, se atualiza, com nuances sutis ou transformações surpreendentes, na fricção com o agora, com os corpos, vozes e a energia vital dos capuêras que vivem tal arte. Na prática e cultivo desta arte convivem uma espécie de culto dirigido simultaneamente ao que foi legado por mestres do passado, à tradição, na forma de cantos, toques e movimentos corporais e ao que é criado e recriado nos improvisos que emergem da experiência de cada nova roda. Nesta capuêra angola, com a qual tomei contato a partir de pesquisa de campo realizada ao longo de quase quatro anos junto a Associação Cultural de Capuêra Angola Paraguassu criada por mestre Jaime de Mar Grande, as conotações de acervo e transmissão de conhecimento carregadas pelo termo tradição se equilibram e articulam com processos de ordem mais emergente e improvisacional. No primeiro capítulo analiso o processo de produção corporal e preparo para o improviso que se dá nos treinos cotidianos, sobre como encontrar a sua capuêra. No segundo, seguindo as linhas melódicas e variações dos cantadores, volto minha atenção aos desdobramentos surpreendentes que ocorrem no calor da ação nas rodas. No terceiro e último capítulo, busco pensar a forma como a capuêra torna-se a vida dos capueristas e suas vidas tornam-se e dão feições particulares à capuêra que praticam e insinuam a seus alunos. O conceito de experiência, nas fronteiras do pensamento de Walter Benjamin, Victor Turner e Tim Ingold é uma batida constante que atravessa todo o trabalho. ; The Capuêra Angola roda, in its multiplicity of meanings, opens, every time someone exclaims ̈Iê̈, in every ladainha, in every shake of hands at the foot of the berimbau a space in which all that has already been, all ancestral legacy of capuêra, is updated, with subtle nuances or striking changes in friction with the present, the bodies, the voices and the vital energy of the living capueristas. The practice of this art is marked by a cult oriented simultaneously to the old mestres legacy and the tradition in the form of songs, beats, gestures and body movements and to that which is created and recreated in the improvisations that emerge from the experience of each new roda. In this capuêra Angola, with which I made contact from field research conducted over nearly four years with the Cultural Association Capuêra Angola Paraguassu created by mestre Jaime de Mar Grande, the connotations of collection and transmission of knowledge carried by the term ̈tradition̈ are balanced and articulated with other processes with more emergent and improvisational features. The first chapter analyses the bodyś production process and the preparation for improvisation that happens in everyday practice, or how to find your own capuêra. In the second, following the melodic lines and variations of the cantadores, the attention is turned to the amazing developments that occur in the heat of action on the rodas. The third and final chapter try to think how capuêra becomes the life of capueristas and their lives, merging with capuêra, becomes and gives special features to the capuêra they practice and teach to their students. The concept of experience, on the borders of the thought of Walter Benjamin, Victor Turner and Tim Ingold, is a constant beat that sounds through out the work.