Este artigo expõe os resultados e análises de uma investigação efetuada em 25 propriedades produtoras de hortaliças no município de Arapiraca (Alagoas), sobre o perfil socioeconômico dos horticultores e os principais agrotóxicos utilizados; as práticas de uso desses produtos e as percepções das políticas públicas sob a óptica dos horticultores; bem como a concepção destes quanto aos agrotóxicos. Foram realizadas pesquisas de campo e entrevistas semiestruturadas a 25 horticultores. Constatou-se, por exemplo, que 56% dos entrevistados possuem somente o ensino fundamental incompleto; os agrotóxicos fungicidas mais utilizados são das classes III e IV e os inseticidas, das classes II e III. Quanto às práticas de uso, 52% dos horticultores nunca utilizam equipamento de proteção individual; 76% jogam as embalagens dos agrotóxicos no lixo doméstico, enterram próximas as suas residências ou as queimam; 64% aplicam os agrotóxicos de uma a duas vezes por semana. Sobre as políticas públicas, 72% relatam nunca ter participado de treinamento/instrução sobre o manejo e os cuidados com os agrotóxicos. Conclui-se que, a baixa escolaridade e a pouca informação podem justificar o uso indiscriminado dos agrotóxicos, resultando no aumento dos riscos à saúde pública e ao ambiente.