AbstractHome range studies provide significant insights on social organization and interactions, limiting resources and habitat use. Knowledge on home range and habitat use by Guiana dolphins, Sotalia guianensis , is still scarce. The aim of this study was to identify and analyze individual’s home ranges of Guiana dolphins in the Cananéia Estuary (~25°03′S, 47°55′W), located in southeastern Brazil. Photo-identification efforts were conducted between 2000 and 2010. From a total of 135,918 pictures taken, 34,086 (25%) were useful for individual identification. Two-hundred and five individuals were cataloged based on permanent notches along dorsal fin borders. Of the cataloged individuals, 31 had been identified a minimum of 20 times, on distinct dates, prior to this analysis. Home ranges were estimated for these individuals using 4 methods: minimum convex polygon (MCP), adaptive kernel with least-squares cross-validation (AKLSCV), fixed kernel with reference bandwidth (FKHREF), and fixed kernel with least-squares cross-validation (FKLSCV). The sizes of the estimated home ranges varied between 2.2 and 43.8 km 2 ( X¯ = 17.5 km 2 ) with MCP, between 0.8 and 82.5 km 2 ( X¯ = 15.6 km 2 ) with AKLSCV, between 3.9 and 244 km 2 ( X¯ = 72.4 km 2 ) with FKHREF, and from 0.6 to 70.6 km 2 ( X¯ = 13.5 km 2 ) with FKLSCV. Significant differences in size and shape of the generated areas were detected when comparing the 4 tested methods. Variation of individual’s home range sizes and an extensive overlap among home ranges of different Guiana dolphins in the Cananéia Estuary provide evidence that the region supports important resources for this species. Therefore, preventing habitat loss in this region is essential to guaranteeing the persistence of this population.O estudo sobre o uso de área pode fornecer informações sobre organização social e interações, recursos limitantes e sobre o uso de habitat. Ainda é escasso o conhecimento sobre como o boto-cinza, Sotalia guianensis usa seu habitat. O objetivo deste estudo foi identificar e analisar as áreas de uso individuais de S. guianensis no estuário de Cananéia (~25°03′S; 47°55′W), localizado no sudeste brasileiro. Os esforços de foto-identificação foram realizados entre os anos de 2000 e 2010. De um total de 135.918 fotografias tomadas, 34.086 (25%) foram úteis para identificações individuais. Duzentos e cinco indivíduos foram catalogados através das marcas permanentes presentes em suas nadadeiras dorsais. Dentre os indivíduos catalogados, 31 foram identificados ao menos em 20 ocasiões, em dias distintos, antes destas análises. As áreas de uso foram estimadas para estes indivíduos utilizando quatro métodos distintos: mínimo polígono convexo (MPC), kernel adaptativo com largura determinada pelo método de validação cruzada de quadrados mínimos (AKLSCV), kernel fixo com largura de referência (FKHREF) e kernel fixo com largura determinada pelo método de validação cruzada de quadrados mínimos (FKLSCV). Os tamanhos das áreas de uso geradas variaram entre 2,2 e 43,8 km 2 ( X¯ = 17,5 km 2 ) com o uso do MPC, 0,8 e 82,5 km 2 ( X¯ = 15,6 km 2 ) com o uso do AKLSCV, 3,9 e 244 km 2 ( X¯ = 72,4 km 2 ) com o uso do FKHREF, e de 0,6 a 70,6 km 2 ( X¯ = 13,5 km 2 ) com o uso do FKLSCV. Foram detectadas diferenças significativas no tamanho e formato das áreas geradas pelos quatro métodos testados. Variações nos tamanhos das áreas de uso individuais e a extensa sobreposição entre diferentes áreas de uso dos botos-cinza no estuário de Cananéia fornecem evidências de que a região provê recursos importantes para esta espécie. Portanto, prevenir a perda de habitat na região é essencial para garantir a persistência dessa população.