A preocupação com a perenidade da obra de arte é o principal factor que se distingue quando procuramos estabelecer a relação entre o restaurador e a sociedade portuguesa. Este princípio aferiu ao longo dos tempos os critérios de intervenção por parte do Restaurador e as decisões técnicas que foi tomando. Não obstante, a análise histórica de determinados acontecimentos sócio-culturais demonstra que até à aceitação social do estatuto independente da profissão, as questões mais debatidas foram as que condicionavam a leitura estética da obra.Testemunho visual e material independente, proporciona constantes reinterpretações e intervenções estéticas concordantes com a época que atravessa, com o recurso a materiais e técnicas de reintegração que diferem consoante o objectivo para o qual está a ser recuperada. Neste aspecto particularmente visível da reintegração cromática cabe aos diferentes intervenientes com papel decisório, (dono da obra, conservador-restaurador e historiador da arte), a selecção da técnica a aplicar, ajustando a obra ao seu contexto.