Elsevier, Revista da Associação Médica Brasileira, 6(54), 2008
DOI: 10.1590/s0104-42302008000600014
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OBJETIVOS: Determinar a freqüência de infecção por Chlamydia trachomatis em pacientes com e sem lesões intra-epiteliais cervicais atendidas em ambulatório especializado no Recife (2007), e sua associação com variáveis biológicas, demográficas, hábitos, características reprodutivas e clínico-ginecológicas. MÉTODOS: Realizou-se um estudo do tipo corte transversal, incluindo 70 mulheres (35 com alterações citológicas e 35 normais). Realizaram-se colposcopia, biópsia quando necessário e pesquisa para Chlamydia trachomatis por Imunofluorescência Direta. As variáveis analisadas foram idade, raça, procedência, escolaridade, estado civil, menarca, idade da primeira relação sexual, paridade, número de parceiros, corrimento, realização de citologia prévia, episódios de DST, eletrocauterização, método contraceptivo, antecedente familiar de câncer uterino, consumo alcoólico, tabagismo, drogas ilícitas e imunossupressoras, resultado da citologia e infecção cervical por Chlamydia trachomatis. Para determinação da força da associação, calculou-se a Razão de Prevalência (RP) e o intervalo de confiança 95%, realizando-se análise multivariada para controle das variáveis potencialmente confundidoras. RESULTADOS: A freqüência de infecção por Chlamydia trachomatis foi significativamente maior em pacientes com alterações citológicas (80% vs. 14,3%), com uma RP de 5,60 (IC 95% = 2,44 - 12,82). Analisando os fatores associados à infecção por Chlamydia , a única variável que persistiu significativamente associada após análise multivariada foi a história pregressa de DST (OR=63,47; IC 95% = 13,93 - 289,09). CONCLUSÃO: A presença da Chlamydia trachomatis está associada às alterações citológicas da cérvice uterina, e a história pregressa de DST deve ser valorizada no tratamento e seguimento clínico destas pacientes.