Sociedade Brasileira de Zootecnia, Revista Brasileira de Zootecnia, 10(37), p. 1876-1883, 2008
DOI: 10.1590/s1516-35982008001000023
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Objetivou-se avaliar o efeito do local da fistula e do horário de coleta sobre a composição botânica da dieta selecionada. Utilizaram-se dez ovinos mestiços Santa Inês, castrados (cinco com cânulas permanentes no rúmen e cinco com cânulas no esôfago), em pastejo na Caatinga com água e mistura mineral à vontade. Foram identificadas 39 espécies na extrusa dos ovinos, com participação média de 20 espécies por mês de coleta, além de outras espécies da família Poaceae, que não foram identificadas. Houve efeito do mês de coleta sobre a composição botânica da extrusa e das frações das plantas selecionadas pelos ovinos. A folha foi a fração mais consumida e correspondeu a 55% do total da extrusa. O componente caule foi influenciado pela interação mês x hora de coleta. O local da fistula e o horário de coleta não influenciaram a composição botânica da dieta. No entanto, as interações mês de coleta x tipo de fistula e mês de coleta x hora de coleta influenciaram a composição botânica e a porcentagem das frações da planta na extrusa. O índice de seletividade das espécies variou ao longo do mês e esteve diretamente relacionado ao comportamento ingestivo dos ovinos. A dieta selecionada pelos ovinos é muito diversificada e caracteriza-se pela maior proporção de espécies malváceas e poáceas. Em comparação à fístula esofágica, a fistula ruminal possibilita melhor caracterização da composição botânica da dieta de pequenos ruminantes.