Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Cadernos de Saúde Pública, 3(21), p. 898-906, 2005
DOI: 10.1590/s0102-311x2005000300024
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Nos diagnósticos de condições de vida e de situação de saúde, os elementos constitutivos da reprodução da vida social nos diversos lugares são listados e tratados como conteúdos desarticulados do território. O reconhecimento da dinâmica social, hábitos e costumes é de grande importância para a determinação de vulnerabilidades para a saúde humana, originadas nas interações de grupos sociais em determinados espaços geográficos. O uso pleno do território como estratégia de análise sobre condições de saúde e intervenção nestas pressupõe a identificação de objetos geográficos, sua utilização pela população e sua importância para os fluxos das pessoas e materiais. Para isso, é necessário o desenvolvimento de metodologias para o reconhecimento, em campo e mediante dados secundários, de objetos e suas formas, que são condições da ação e meios de existência do agir humano. Neste trabalho, é apresentada uma aproximação para a incorporação de conceitos da geografia humana nas práticas de saúde, à luz de dois autores principais: Milton Santos ("constituição do território") e Anthony Giddens ("constituição da sociedade").