Psicologia Argumento, 52(26), p. 23
Psicologia Argumento, 52(26), p. 23
DOI: 10.7213/psicolargum.v26i52.19735
Este trabalho tem por objetivo refletir a respeito da apropriação da psicologia do termo conscientização, visto que sua utilização é bastante difundida nas mais diversas áreas do conhecimento, que não só a Psicologia. Para tanto, elabora uma discussão a partir de Paulo Freire, um dos principais propagadores desse termo, utilizando-o em seus trabalhos na área da educação popular, e de Ignácio Martin-Baró, que se apropria deste termo a partir de uma concepção política e o propõe como objetivo da Psicologia na América Latina, mas não explicita o que de exclusivamente psicológico a conscientização possui. Em seguida, discute-se o conceito de atividade comunitária, proposto por Góis na Psicologia Comunitária, para a possível compreensão psicológica do processo de conscientização. Tal discussão traz à tona o conceito de atividade, tal como proposto por Leontiev, no intuito de compreender como a ação do sujeito no mundo incide sobre a formação de seu psiquismo. Aponta, ao final, a Teoria Histórico-Cultural da Mente, desenvolvida por Vigotski, Leontiev e Luria, como a que mais elementos fornece para tal compreensão, uma vez que vincula as formas de significação da realidade ao modo como o indivíduo convive em sociedade, uma vez que tanto os trabalhos de Paulo Freire, quanto de Martin-Baró e Vigotski e seus colaboradores tomam o materialismo histórico-dialético como base filosófica para seu desenvolvimento.