A cristalização da estruvita como uma técnica para recuperar nutrientes a partir de correntes de efluentes tem provado ser uma alternativa atrativa aos tratamentos convencionais. O processo torna se economicamente viável com a redução dos custos relacionados aos reagentes químicos, especialmente os íons de magnésio. Assim, esse estudo avaliou o processamento de um composto industrial de magnésia, de baixo custo e elevado teor, na obtenção de suspensões de hidróxido de magnésio através de uma reação de hidratação, utilizando diferentes agentes (solução de acetato de magnésio e de cloreto de sódio, além de água). A condição ótima de hidratação foi atingida em solução de acetato com uma taxa de conversão a hidróxido de cerca 67%. A eficiência das suspensões obtidas como reagente alternativo, no processo de cristalização da estruvita, foi avaliada em termos da remoção de nutrientes, NH4+-N e PO43-P. Em condições experimentais de razão Mg2+:NH4+:PO43- igual a 1,5:1,0:1,25 e pH igual a 8,5, os melhores resultados foram obtidos pelo uso da suspensão de hidróxido de magnésio obtida em solução de acetato, que promoveu remoções de cerca de 62% e 67% de NH4+-N e PO43--P, respectivamente. Por fim, análises instrumentais confirmaram a formação de cristais de estruvita em um grau de pureza que possibilita seu uso como potencial fertilizante.