A teoria configuracional é marcada pelo afastamento de perspetivas sociais rígidas e estáticas determinada a estudar, a compreender e a explicar os fenómenos sociais de uma forma processual e interdependente. O quadro conceptual proposto por Norbert Elias fornece às teorias sociais uma perspetiva de construção de conceitos empíricos base, cuja função principal é a de ultrapassar as dicotomias tradicionais entre individuo e sociedade e consequentemente permitir o acesso à compreensão das redes humanas de interdependência. Esta teoria é inspiradora de novas abordagens investigativas interrogando, desde logo, as perspetivas tradicionais. O objetivo de um processo investigativo é a descoberta, contudo, é frequentemente obscurecido por discussões formais, também conhecidas por ‘guerras de paradigmas’ em torno do método de investigação científica. Esta abordagem centra-se na ideia de que a investigação deve ser guiada pela teoria, no entanto não deve estar fechada a possíveis modificações ao longo do processo. O presente estudo tem dois objetivos principais: i) enquadrar as dimensões das redes de interdependência associadas à ideia da teoria processual de Norbert Elias nas abordagens metodológicas atuais na investigação em Ciências Sociais do Desporto; ii) apresentar um estudo empírico com jogadores portugueses da seleção nacional masculina de rugby de sub-17, partindo daquele referente teórico.