A doença sibilante e a asma estão entre as patologias mais frequentes em idade pré-escolar. Nas últimas décadas assistiu-se a uma grande evolução do conhecimento nesta área, resultante de estudos longitudinais que permitiram distinguir fenótipos de sibilância com diferentes prognósticos e associados a diversos factores genéticos, ambientais e de desenvolvimento pulmonar e das vias aéreas. A abordagem terapêutica desta patologia permanece um desafio, com evidência escassa e limitações na aplicação individual deste conhecimento essencialmente epidemiológico. Neste artigo de revisão propõem-se condutas terapêuticas práticas numa perspectiva clínica, baseadas na revisão seleccionada da literatura com ênfase em estudos clínicos e na experiência dos autores. Apresentamos indicações para início de tratamento e avaliamos criticamente a evidência, quanto aos benefícios e riscos da implementação de medidas ambientais e terapêuticas farmacológicas. Referem-se igualmente os parâmetros e medidas utilizadas na avaliação da eficácia e segurança das intervenções.