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Identificação de Hb AB2 em dois caucasianos da região Amazônica por procedimentos eletroforéticos e cromatográficos

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Abstract

A variante de globina delta (δ) chamada Hb B2, origi-nalmente identificada como Hb A2, resulta da substituição de uma glicina por uma arginina na posição 16 da cadeia δ. 1 É a variante de cadeia δ mais freqüente no mundo. Tem sido descrita na África e em populações de descendência africana e encontrada em combinação com Hb S, Hb C, beta talassemia, e em homozigose. 2 Sua freqüência varia de 1% a 3% em ne-gros americanos, acima de 9% em negros africanos e tem rara distribuição em caucasianos, o que inicialmente levou pes-quisadores a assumir a teoria de que a variante era africano-específica. 1 A ausência de Hb B2 em algumas regiões africa-nas sugere que esta variante é específica de negros e não necessariamente de africanos. 1 Bennani et al 3 demonstraram que o gene δ-globina mutado está associado a um único haplótipo, e sua origem poderia ser africana, mas mutações recorrentes não poderiam ser descartadas para explicar esta hipótese devido a ligação entre o agrupamento de genes β com a Hb B2 ser um dos haplótipos mais freqüentes em toda população africana. O gene da δ-globina está localizado próximo ao gene da β-globina no braço curto do cromossomo 11, e devido a esta proximidade, existe uma probabilidade baixa de ocorrer recombinação entre esses dois genes, e uma alta probabili-dade dos genes serem herdados juntos, levando à ocorrên-cia de variantes estruturais de cadeia δ e β em conjunto. 4 Neste trabalho relatamos o aparecimento de Hb B2 em duas mulheres, com idades de 23 e 32 anos, ambas cauca-sóides, provenientes de uma amostra de 99 doadores de san-gue do Acre e de 100 pacientes maláricos do Pará. Foram coletados 5 mL de sangue venoso em tubo contendo EDTA. As amostras foram estocadas sob refrigeração até a realiza-ção dos procedimentos laboratoriais de identificação de hemoglobinas. As amostras foram colhidas após consenti-mento informado. Em eletroforese (pH 8,5) em acetato de celulose, 5 as amostras hemolisadas com saponina 1% e clorofórmio 5 mos-traram mobilidade normal para a Hb A2 e uma fração adicio-nal, mais próxima do pólo negativo, sugerindo uma variante de cadeia delta, devido à sua baixa concentração (Figura 1). Nas eletroforeses em pH ácido e neutro não foram observa-das alterações no perfil das hemoglobinas, sugerindo que esta variante migre na mesma posição de Hb A. Na amostra do Pará observou-se também a presença de Hb H, confirmada por testes citológicos e eletroforéticos es-pecíficos, conforme anteriormente descrito, 5 caracterizando uma associação com alfa talassemia. Para os valores quanti-tativos de Hb A2, Hb F e perfil da variante de hemoglobina utilizou-se a cromatografia líquida de alta pressão (HPLC) de troca catiônica pelo sistema automatizado Variant I (Bio-Rad) com o uso do kit de diagnóstico " β Thalassemia Short". 6 Em ambas as amostras, os níveis de Hb A2 foram de 1,8%, inferi-ores ao mínimo esperado de 2,5% (Figura 2 A-B). Os níveis diminuídos de A2 indicam uma menor produção de cadeias δ normais. O perfil cromatográfico evidenciou uma fração de Figura 1. Eletroforese alcalina (pH 8,5) em acetato de celulose. A seta indica a fração adicional sugestiva de Hb B2.