Faculdade de Letras, Revista da Escola de Enfermagem da USP, (55), 2021
DOI: 10.1590/s1980-220x2020020503734
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RESUMO Objetivo Analisar sentidos atribuídos à meia-idade a partir da experiência de mulheres que a vivenciam em suas relações familiares. Método Estudo qualitativo do tipo Pesquisa Convergente Assistencial. Gênero foi utilizado como categoria analítica, desenvolvida com treze mulheres de meia-idade de área de cobertura da Estratégia Saúde da Família em um município do sudoeste baiano, por oficinas de reflexão e entrevistas. Os dados foram analisados por meio da análise de discurso. Resultados Expressam a relação afetiva com filhos/as e netos/as como maior marca da meia-idade em sobreposição à relação com parceiros e outros vínculos, o que inviabiliza sua singularidade e identificação de demandas para o cuidado à saúde. Conclusão A meia-idade feminina é marcada por concepções de feminilidade que emergem a partir da sua condição de mulher-mãe, de completa doação. A pesquisa aponta para uma necessidade urgente de agregar gênero como referencial para o cuidado à mulher de meia-idade, de modo a considerar os entrelaçamentos biopsíquicos e sociais na sua experiência de vida e que delineiam demandas para o cuidado.