Research, Society and Development, 15(10), p. e440101523110, 2021
DOI: 10.33448/rsd-v10i15.23110
Introdução: A candidíase está relacionada a uma grande variedade de manifestações clínicas que se expressam desde infecções na pele e mucosas à infecção sistêmica. Sendo esta última associada a uma alta taxa de mortalidade global, variando de 36% a 63% em diferentes grupos de pacientes. A terapêutica de infecções fúngicas invasivas é limitada pois há apenas três classes de fármacos convencionais utilizados. Diante deste cenário, estratégias de uso racional dos antifúngicos e busca de novas alternativas terapêuticas se fazem necessárias. Objetivo: Avaliar a atividade antifúngica in vitro do monoterpeno di-hidrojasmona frente cepas de Candida albicans e Candida parapsilosis fluconazol resistentes. Metodologia: As concentrações inibitórias mínimas (CIM) e fungicida mínima (CFM) foram determinadas pelo método de microdiluição. Posteriormente foi observado se a ação antifúngica de di-hidrojasmona ocorre via parede celular (ensaio com sorbitol) ou via membrana (ensaio com ergosterol exógeno). Resultados: A di-hidrojasmona apresentou uma CIM entre 128 - 256 µg/mL e a CFM teve os mesmos valores de CIM, respectivamente. No ensaio com ergosterol exógeno, a CIM da di-hidrojasmona aumentou na presença do ergosterol exógeno sugerindo que o mecanismo de ação do monoterpeno ocorre a partir de sua ligação ao ergosterol presente na membrana. Não houve alteração frente ao uso do sorbitol. Conclusão: Baseado nestes resultados, o presente estudo demonstra que di-hidrojasmona possui forte atividade antifúngica e sugere que esta atividade esteja relacionada a sua ligação ao ergosterol da membrana fúngica. Logo, di-hidrojasmona demostra ser um promissor bioproduto na busca de alternativas para o tratamento das candidíases.