Introdução: No Brasil, presencia-se e convive-se com várias formas de violência contra a mulher, constituindo-se em um problema social refletido em todas as camadas da sociedade. Entre os diversos tipos de agressões infligidas contra a mulher, as de natureza física, que atingem a região da cabeça e pescoço, apresentam alta prevalência. Objetivo: Relatar oito casos de violência contra a mulher, registrados na Delegacia de Defesa da Mulher de um município do estado de São Paulo, em 2017. Métodos: Realizou-se um levantamento das informações referentes aos depoimentos coletados por meio de entrevista de oito vítimas da violência, cujas agressões acometeram a região da cabeça e pescoço, e que tiveram como resultantes lesões graves ou gravíssimas. Resultado: Observou-se que houve ampla variação em relação à idade das vitimadas (14 a 53 anos) e que, frequentemente, a agressão foi causada pelo parceiro/ex-parceiro íntimo/familiar, em ambiente doméstico, durante o período noturno. O consumo de álcool e de drogas podem ser apontados como fatores de risco para a perpetuação desse fenômeno. Como consequências físicas das agressões, foram relatadas lesões corporais na região de cabeça e pescoço, com lacerações, escoriações, contusões, luxações, e hematomas envolvendo a face, ouvidos, olhos, lábios e cavidade oral, além da perda de elementos dentários. Conclusão: Confirma-se a importância do registro da ocorrência pela vítima da agressão, pois esta documentação subsidiará o acolhimento da vítima, encaminhamento para tratamento específico, e abertura de processo contra o agressor. Destaca-se a importância das instituições públicas na prevenção e intervenção da violência contra a mulher.