Distúrbios da Comunicação, 1(34), 2022
DOI: 10.23925/2176-2724.2022v34i1e53777
Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, tem-se observado um aumento no ingresso de pessoas com deficiência no ensino superior, no entanto, este número ainda é pequeno diante do total de alunos matriculados. Sendo assim, uma educação superior inclusiva e aberta à diversidade tem sido amplamente estudada e incentivada no Brasil e, por isso, é oportuno relatar a experiência de um aluno cego egresso de um curso de Fonoaudiologia, a respeito de sua formação e inclusão por meio de práticas de integração ensino-serviço, a exemplo do atendimento de um paciente com gagueira. O curso de graduação em Fonoaudiologia e a ação de docentes especialistas em deficiência visual promoveram todo apoio à inclusão do aluno. E, em disciplina prática na assistência a pacientes com gagueira, ele contou com o apoio da docente responsável pela disciplina e com uma monitora participante do Programa de Estágio Docente da mesma universidade. O trabalho conjunto promoveu ações como adaptações de materiais, descrições de imagens, reconhecimento do espaço da sala, etc. Graças a estas e outras ações, o aluno foi se construindo como terapeuta, tendo sido estabelecido sólido vínculo com o paciente, que, ao final, apresentou evolução, de modo que lhe foi dada alta terapêutica. Esta experiência reforça a necessidade de as instituições do ensino superior estarem preparadas e sensíveis às demandas de pessoas com deficiência, em todos os cursos de graduação, a exemplo da Fonoaudiologia.