Medicina (Ribeirão Preto), 1(55), 2022
DOI: 10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2022.180658
Contexto: A Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE) é uma complicação grave e frequente entre pacientes cirróticos com ascite, diagnosticada por meio da análise citológica do líquido ascítico. A cultura microbiológica do líquido ascítico, por sua vez, é positiva em menos de 40% dos casos de PBE, o que resulta frequentemente na instituição de terapia antimicrobiana inapropriada. A terapia empírica pode ser subótima, aumentando o risco de agravamento do paciente, ou superestimada, impulsionando desnecessariamente a resistência bacteriana. Objetivo: Estudo experimental laboratorial, propôs padronizar e verificar a viabilidade técnica da filtração a vácuo do líquido ascítico, como forma de otimizar o diagnóstico etiológico na PBE, comparativamente ao sistema automatizado de culturas de sangue. Método: O método avaliado e padronizado neste estudo foi a da filtragem a vácuo do líquido ascítico. Esse tem como princípio a concentração da bactéria em uma membrana filtrante. Resultados: Nesse estudo, foram incluídos 36 pacientes cirróticos atendidos em um hospital público universitário, entre 13.11.2017 e 30.06.2019. Entre eles, 47,2% (17/36) apresentaram citologia compatível com PBE. Nesses, a sensibilidade da cultura pelo método semi-automatizado foi de 35,3% (6/17) e da cultura pelo método da filtragem a vácuo foi de 11,8% (2/17). Conclusão: Em conclusão, a filtragem a vácuo não melhora o diagnóstico microbiológico da PBE em relação ao método automatizado.