Research, Society and Development, 7(11), p. e12011729084, 2022
A esquizofrenia é um transtorno grave e persistente. Acarreta diferentes consequências nos âmbitos comportamental, emocional, cognitivo, funcional e social, interferindo na qualidade de vida (QV) dos indivíduos. OBJETIVO: descrever a qualidade de vida em indivíduos em tratamento para esquizofrenia em hospital-dia, verificando a associação com características sociodemográficas, diagnósticas e terapêuticas. METODOLOGIA: estudo transversal, com 62 indivíduos, com diagnóstico de esquizofrenia, em regime de hospital dia. Foram aplicados um questionário sóciodemográfico e de caracterização do diagnóstico e terapêutica e o WHOQoL-bref. Foram comparadas as médias dos domínios físico, psicológico, social e ambiental e o percentual da categoria de QV “necessita melhorar” entre as variáveis sociodemográficas, diagnósticas e terapêuticas. RESULTADOS: na amostra com média (DP) de idade de 42,4 (11,1) anos, predomínio de homens (61,2%), escolaridade acima de 8 anos (95,2%) e auto-declarados brancos (59,7%), observou-se que prevaleceram o diagnóstico na fase adulta (85,5%), com mais de 3 internações (37,1%) e o uso de neurolépticos de longa ação (45,1%), A qualidade de vida foi mais comprometida para os domínios físico (p=0,027) e psicológico (p=0,022) entre as mulheres. Solteiros/divorciados tiveram pior qualidade de vida nos domínios físico (p=0,006) e psicológico (p=0,017). Aqueles em uso de neurolépticos de longa ação apresentaram melhores escores de qualidade de vida no domínio psicológico (p=0,021). CONCLUSÃO: observou-se pior percepção da qualidade de vida entre mulheres, pessoas sem companheiro(a), com renda fixa e que não faziam uso de neurolépticos de longa ação.