O arroz é uma importante atividade agropecuária do Rio Grande do Sul, sendo produzido, até recentemente, em monocultivo nas áreas de várzeas, principalmente da metade sul do estado. Atualmente, a soja vem se tornando uma alternativa à diversificação produtiva dessas áreas, motivada pelos ganhos produtivos. Além disso, neste artigo entende-se que a introdução da soja em rotação com o arroz gera ganhos na comercialização. A hipótese é que a rotação da soja com o arroz possibilita ganhos na venda do arroz, pois este tem sazonalidade diferente da soja. Objetiva-se determinar os ganhos comerciais obtidos com a rotação e os melhores momentos nos quais as propriedades adotantes da rotação devem vender suas commodities. Em uma abordagem qualitativa, o estudo realiza a análise da sazonalidade e de entrevistas semiestruturadas, realizadas com produtores rurais da região de Pelotas/RS, para a estimação dos ganhos e para a compreensão das decisões dos produtores. Os resultados demonstram as vantagens comerciais da rotação, pois possibilita a venda da soja, que tem menor sazonalidade no momento da colheita do que o arroz. A venda do arroz em propriedades com rotação deve ser feita a partir de agosto até fevereiro do ano seguinte. Ao fazerem isso, as propriedades podem somar até 2,37% de ganhos por hectare, o que corresponde a 3,7 sacos de arroz/safra. Através de entrevistas realizadas com produtores nas condições de monocultivo (somente arroz) e em rotação (arroz e soja) ficou evidente a percepção destes quanto às vantagens introduzidas pela entrada da soja na comercialização pelas propriedades.