Centro Universitário de Anápolis, Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, 3(11), p. 176-187, 2022
DOI: 10.21664/2238-8869.2022v11i3.p176-187
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Este artigo discute, a partir do ocorrido em 5 de novembro de 2015, envolvendo o rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Mineradora Samarco S.A., uma joint-venture das empresas Vale S.A. e BHp Billiton, o desastre sociotécnico que se configura como expressão do risco na modernidade. A partir da ótica de autores como Giddens e Ulrich Beck refletimos sobre a relação entre risco e desastre na modernidade. A onda de rejeitos provocada por este rompimento causou incontáveis impactos socioeconômicos e ambientais na bacia do Rio Doce, atingiu drasticamente ecossistemas e habitantes dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Este desastre se constitui, portanto, como uma manifestação dos riscos imbricados no processo de construção das sociedades e evidencia que os desastres ambientais são indicadores das profundas transformações das relações entre o homem e seu entorno. Neste sentido, conclui-se que as questões ecológicas e ambientais constituem pauta urgente para as políticas públicas e que a luta e a resistência das comunidades atingidas são mecanismos importantes para que o desastre e os impactos provocados por ele não sejam esquecidos.