Sociedade Portuguesa de Radiologia e Medicina Nuclear, Acta Radiológica Portuguesa, (v. 27), p. n. 106 (2015), 2017
DOI: 10.25748/arp.13310
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A hipóxia está frequentemente presente nos tumores sólidos malignos, encontrando-se associada a agressividade tumoral e a resistência à terapêutica. A sua detecção tem elevada importância clínica porque o prognóstico das lesões malignas com baixos níveis de oxigenação é desfavorável. O Fluoromisonidazol (18 F) (FMISO-F18) é um radiofármaco desenvolvido com o objectivo de identificar hipóxia tumoral. Há forte evidência da importância desta informação funcional que permite a estratificação de doentes e a adaptação individualizada de estratégias e doses terapêuticas. Efetuou-se uma revisão da literatura com o objetivo de avaliar o interesse e a utilidade da tomografia por emissão de positrões/tomografia computadorizada (PET/CT) com FMISO-F18 na identificação de hipóxia tumoral, nomeadamente para o planeamento da radioterapia. Esta técnica apresenta-se como uma modalidade imagiológica capaz de indicar e quantificar, de modo não invasivo, a presença de hipóxia, identificando sub-volumes tumorais hipóxicos que podem beneficiar de incrementos de dose. Ilustra-se esta temática com os dois primeiros exames realizados na nossa Instituição e, também, os primeiros a nível nacional. Trata-se de dois doentes com carcinoma da cabeça e pescoço, em que o planeamento da radioterapia externa teve em consideração, de forma relevante, as informações funcionais fornecidas pela PET/CT com Fluorodesoxiglucose (18 F) (FDG-F18) e, ainda, pela PET/CT com FMISO-F18.