Revista Pesquisa Qualitativa, 25(10), p. 425-449, 2022
DOI: 10.33361/rpq.2022.v.10.n.25.448
O tabu da morte permanece em nossa sociedade e a cada dia mais se morre, entre o escondido e o espetáculo, sem essa parte inexorável da vida refletida. Objetivou-se apresentar uma compreensão da experiência da morte na ótica fenomenológico-existencial, tendo como unidades de análise letras de canções brasileiras. A análise compreensiva via temáticas emergentes (essências), norteada pelos escritos de Kierkegaard, Heidegger e Sartre, baseou-se na fenomenologia semiótica, conforme Lanigan. Vinte letras musicais brasileiras foram selecionadas sendo extraídas as seguintes temáticas emergentes: crueldade, desamparo, heroísmo, imprevisibilidade, moto-perpétuo, mutilação, vulnerabilidade. Pela compreensão fenomenológica, surge a permanência da “morte imorredoura” como vida nas histórias humanas e o paradoxo da morte em visadas de autenticidade e inautenticidade. Espera-se que esse trabalho possa servir como elemento de reflexão que auxilie profissionais da saúde na abordagem da temática da morte junto a pacientes fora de possibilidades terapêuticas curativas (cuidados paliativos) e famílias enlutadas.