Revista de Atenção à Saúde, 71(20), 2022
Introdução: Após o surto da COVID-19, a área odontológica conhecida pelo contato próximo profissional-paciente, logo foi identificada como um cenário de alto potencial de contaminação pelo Sars-CoV-2. Com isso, decisões governamentais foram tomadas com vistas à paralisação dos serviços de rotina de saúde bucal em diversos países. No entanto, as necessidades odontológicas de atendimento de urgência e emergência puderam ser mantidas. Assim, a interpretação dos conceitos do que poderia ou não ser realizado no atendimento odontológico, gerou dúvidas entre os profissionais da saúde bucal no contexto da pandemia do COVID-19. Objetivo: Relacionar o modo de utilização dos termos urgência e emergência odontológica no contexto da pandemia da COVID-19. Materiais e Métodos: Foi realizada uma revisão de escopo seguindo a metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI). Foram considerados artigos publicados em português, inglês e espanhol, nas plataformas MEDLINE/PubMed, SCOPUS (Elsevier), Web of Science e EMBASE (Elsevier). Resultados: Foram localizados 959 estudos e incluídos 48 destes. Os resultados encontrados demonstram que muitas definições se repetem pelos autores nas utilizações dos termos urgência odontológica e emergência odontológica. Conclusão: O conceito e aplicação das terminologias urgência odontológica e emergência odontológica ainda não se encontram totalmente consolidados por acadêmicos e profissionais da saúde bucal, sendo muitas vezes utilizadas como sinônimos. Tal fato dificulta a sua interpretação e padronização em estudos científicos, além de desencadear possíveis prejuízos aos serviços que adotam classificação de casos segundo escala de gravidade, preconizadas por diversos órgãos de saúde, em especial o Ministério da Saúde do Brasil.