Revista Ibero-Americana de Ciências Ambientais, 7(12), p. 155-164, 2021
DOI: 10.6008/cbpc2179-6858.2021.007.0015
Objetivou-se identificar o padrão espacial de internações por doenças de veiculação hídrica no estado do Rio de Janeiro para o período de 2008 a 2018, bem como analisar a correlação entre as taxas de internação pelo referido grupo de doenças e características sanitárias e socioeconômicas. A distribuição espacial das taxas de internação por doenças de veiculação hídrica permite que sejam delimitadas áreas prioritárias para a implementação de ações integradas, que contemplem a melhoria das condições de saneamento básico, principalmente no que se refere ao tratamento do esgoto coletado, além de ações que contribuam para a educação sanitária da população. Foram aplicadas, neste estudo, técnicas de análise espacial de dados de área (Índice de Moran) e análise de correlação de Spearman. Os resultados mostraram redução nas taxas de internação pelo grupo de doenças no estado. Entretanto, as regiões Noroeste e Serrana ainda apresentam municípios com elevadas taxas de internação e auto correlação espacial positiva, sendo identificadas como áreas prioritárias para adoção de medidas mitigadoras. As variáveis investimento realizado em coleta/tratamento de esgoto, atendimento por coleta com tratamento de esgoto, IDH, IDH Renda e taxa de alfabetização se correlacionaram negativamente com a taxa média de internação, enquanto o atendimento por coleta sem tratamento de esgoto apresentou correlação positiva. Cabe ressaltar, que a gestão deve sempre considerar as especificidades locais, para que as medidas sejam eficazes e a população seja protegida do acometimento dessas e outras enfermidades.