A nova classificação das doenças e condições periodontais e peri-implantares publicada em 2018 inclui as patologias e doenças gengivais não induzidas por biofilme, incluindo as pigmentações gengivais relacionadas a medicamentos. A cloroquina e hidroxicloroquina são usados há anos devido seus efeitos imunossupressores e anti-inflamatórios e agora são alvos de estudos sobre possível eficácia contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2). Este estudo tem como objetivo identificar os relatos de casos de pigmentação oral relacionados ao uso crônico de cloroquina e hidroxicloroquina. Foi realizado um levantamento de artigos científicos, utilizando como descritores os termos hiperpigmentação, cloroquina, hidroxicloroquina, nas bases de dados: Google acadêmico, SciElo, PubMed, Medline e LILACS. Foram selecionados 12 estudos do tipo relato de caso e série de casos com 18 casos clínicos enquadrados na temática deste estudo. Esses foram avaliados levando em consideração as características da hiperpigmentação, o medicamento usado, motivo e tempo do uso, além da idade e sexo do paciente. Dos 18 casos analisados, 15 encontravam-se no palato duro. Além disso, as pigmentações acometeram mais o sexo feminino e apresentavam coloração cinza-azulado ou preto-azulado. Portanto, é crucial que o cirurgião-dentista esteja atento para realizar o diagnóstico diferencial com outras lesões que apresentam potencial de malignidade.