O objetivo do presente trabalho foi avaliar a composição e a qualidade dos resíduos do processamento de café e suas misturas com finos do carvão vegetal para fins energéticos. A biomassa do café, os finos de carvão vegetal e as misturas (10, 20 e 30% de finos de carvão vegetal) foram caracterizados quanto à umidade, composição química imediata e elementar, poder calorífico superior e líquido, e densidade a granel e energética. A inclusão de finos de carvão vegetal promoveu a redução significativa da umidade da biomassa lignocelulósica de café, assim como, o aumento das propriedades energéticas. O tratamento com 30% de finos de carvão vegetal apresentou a melhor qualidade, atingindo um poder calorífico superior de 19,44 MJ.Kg-1 e poder calorífico líquido de 16,75 MJ.Kg-1, ou seja, um aumento energético de 6 e 10 %, respectivamente, em relação ao tratamento com 100% de biomassa residual de café. As características físico-químicas tanto dos resíduos gerados durante o processamento do café quanto dos finos de carvão apresentam boas propriedades energéticas, que as transformam em um excelente material para utilização no desenvolvimento de biocombustíveis. Portanto, recomenda-se a mistura de pelo menos 20% de finos de carvão vegetal para potencializar o desempenho energético de resíduos oriundos da produção de café.