Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de Vida, V13N2, p. 1, 2021
DOI: 10.36692/v13n2-06
O ângulo Q é uma medida importante do alinhamento de membros inferiores; sendo formado pelo encontro de duas linhas, a primeiro tem sua origem na Crista Ilíaca Superior Anterior (CISA) e vai até o centro da patela, e a segunda que vai da tuberosidade tibial até o centro da patela. Objetivo: Comparar os valores do ângulo Q de membros inferiores dominantes e não dominantes de universitários. Métodos: Participaram do estudo 330 estudantes do curso de Educação Física de um centro universitário em Campinas, sendo, 177 homens e 153 mulheres, com idade entre 18 a 30 anos. Os voluntários foram solicitados a realizar chutes com três bolas de futebol, sendo, um chute em cada bola para determinar a perna dominante, após esse procedimento foi dado início a coleta de dados. Os ângulos Q foram medidos a partir de fotos obtidas com câmera Sony Cybershot DSC 6MP, estando o eixo ótico da mesma perpendicular ao plano frontal dos sujeitos que estavam na posição ortostática, descalços, com os pés direcionados no sentido ântero-posterior. O eixo óptico da câmera estava direcionado ao ponto médio da coxa dos mesmos. Os ângulos foram medidos em ferramenta disponível no software Adobe Photoshop CS3, sendo aferidos em graus. Foram obtidos os ângulos Q para a perna dominante e não-dominante. Resultados: A média do ângulo Q para homens com membro dominante e não dominante foram respectivamente 14,85° e 15,28°. Para as mulheres a média foi de 19,51° em membro dominante e 19,91° em membro não dominante. Quando realizado o teste de Wilcoxon para comparar pernas dominantes e não dominantes para homens e mulheres foram encontradas diferenças estatisticamente significantes, sendo que, para os homens 3752,00 para p<0,001 e para as mulheres foi 1,000 para p<0,001 entre pernas dominante e não dominante. A única correlação significante foi encontrada entre membro dominante e não dominante para homens. Conclusão: A avaliação de desvios posturais de membros inferiores e especialmente do ângulo Q, através da filmografia pode ser realizada para sujeitos eutróficos e para amostras maiores, dada a inviabilidade de se utilizar técnicas como imagens de RX. Houve diferenças significantes para ambos os sexos em relação ao ângulo Q de membros dominantes e não dominantes. Tal fato, pode ser consequência da eventual perda do equilíbrio biomecânico funcional entre os segmentos. Mais estudos precisam ser realizados para a compreensão da complexa rede de variáveis que podem interferir nestes desvios.