O café possui relativa importância para a balança comercial e para estrutura produtiva do agronegócio brasileiro, embora apresente dificuldades na agregação de valor às exportações. Com o objetivo de analisar o comportamento das exportações agroindustriais do café brasileiro e sua relação com agentes produtivos, este estudo considerou dados dos anos de 2001 a 2019, que estão relacionados a produção, área e pés produtivos. Foram também avaliados dados sobre o volume e valor de café exportados. Todas as variáveis foram submetidas à análise estatística de correlação. O volume de produção, a produtividade (sacas por hectare), área e pés plantados relacionaram-se inversamente às variações cambiais, com respostas positivas da quantidade de pés produtivos aos aumentos de preço. As exportações cafeeiras demonstraram maior concentração na primeira fase da cadeia agroindustrial com pequena evolução do café solúvel e sucessivos comportamentos de queda do café torrado e moído, que participa de 0,1% de toda exportação cafeeira realizada pelo país. Ainda que a agroindústria tenha apresentado aumentos médios de 4% e 3% ao ano no volume exportado de grãos e solúvel, a cadeia produtiva passa por estagnação nos valores comercializados no mercado externo, que correlacionaram de forma negativa com a taxa cambial. Estes resultados demonstram que a forte concentração na fase inicial da cadeia produtiva de café brasileira é sensível às variações da taxa de câmbio, enquanto os cafés solúvel, torrado e moído possuem dificuldades para expansão no mercado internacional, culminando no desafio da criação de políticas de valorização destes produtos.