Interação, 3(21), p. 187-200, 2021
A Schinus terebinthifolius Raddi, e Myracrodruon urundeuva Fr. Allem, são dois gêneros pertencentes à família das Anacardiáceas, sendo conhecidas respectivamente, como pimenta rosa, e aroeira do sertão. São nativas do Brasil, e amplamente disseminadas desde a caatinga no Nordeste, ao cerrado do Centro-Oeste e Sudeste. Ambas são amplamente conhecidas principalmente pelo uso medicinal no meio rural e indígena. A “pimenta rosa” e “aroeira do sertão” são usadas no tratamento de infecções cutâneas, urinárias, ginecológicos, e problemas respiratórios. O objetivo desse trabalho foi de investigar o perfil químico dos compostos orgânicos voláteis (COV’s) presentes na pimenta rosa e aroeira do sertão. Utilizou-se o método de microextração em fase sólida em modo headspace (HS-SPME), empregando a fibra, polidimetilsiloxano-divinilbenzeno (PDMS/DVB) para a extração dos COVs. Na extração dos compostos voláteis foram empregados 2g das sementes de cada amostra, previamente triturados em um moinho analítico, e colocados em frasco de headspace de 20 ml. A adsorção dos compostos foi realizada a uma temperatura de 60ºC, por 20 minutos, com a fibra PDMS/DVB exposta, após a extração, a dessorção foi realizada no injetor do cromatógrafo a gás acoplado à espectrometria de massas (CG-MS), onde a fibra ficou exposta por 5 minutos. A identificação dos COVs foi realizada por meio da comparação dos espectros de massa obtidos com os dados da biblioteca NIST. Foram encontrados 26 compostos orgânicos voláteis (COV’s) nas amostras de aroeira e pimenta rosa, classificados entre monoterpenos e sesquiterpenos, ácidos e cetonas. O β-pineno e o cariofileno foram identificados nas duas amostras. Na aroeira do sertão foi identificado 11 COV’s, sendo, o trans-geraniliacetona, limoneno, e o 1R-α-pineno, com maiores concentrações. Na pimenta rosa por sua vez, apresentaram as maiores concentrações respectivamente o 3-careno, β-guaieno e o isopseudocumenol, entre os 17 COV’s identificados.