Saúde (Santa Maria), 1(46), 2020
Trata-se de estudo qualitativo, exploratório, utilizando a metodologia da história oral, através de entrevistas semiestruturadas com quatro moradoras de um município paranaense, vítimas de violência praticada por parceiros íntimos. Objetiva-se analisar representações da violência numa perspectiva geracional e perceber relações entre violência e adoecimento. O exame das narrativas utiliza o método da análise de conteúdo, com suporte na Teoria das Representações Sociais. A pesquisa empírica evidencia que abusos físicos e psicológicos são identificados como violência, tencionando a vida e comprometendo a saúde; que a violência resulta de permanências culturais que legitimam dissimetrias nas relações conjugais, prevalecendo a subalternidade feminina; a pobreza dificulta o rompimento das relações e a rede de apoio é frágil. Conclui-se pela necessidade de uma organização social que promova a igualdade de gênero para o enfrentamento da violência, disseminação da cultura da paz e promoção da saúde.