Ciência & Saúde Coletiva, 7(26), p. 2833-2842, 2021
DOI: 10.1590/1413-81232021267.00602021
Resumo Este estudo investiga a associação entre diagnóstico autorreferido de Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) e adesão ao distanciamento social e utilização dos serviços de saúde durante a pandemia de COVID-19. Estudo transversal com adultos brasileiros que participaram da ConVid Pesquisa de Comportamentos, realizada de 24 de abril a 24 de maio de 2020, via web (n = 45.161). Considerou as DCNT: diabetes, hipertensão, doença respiratória, doença do coração e câncer. Avaliou a utilização de serviços de saúde e a adesão ao distanciamento social. Estimou as prevalências e razões de prevalências ajustadas (RPa). 33,9% (IC95%: 32,5-35,3) referiu uma ou mais DCNT. Indivíduos com DCNT tiveram maior adesão ao distanciamento social intenso (RPa:1,07; IC95%:1,03-1,11), procuraram mais o serviço de saúde (RPa:1,24; IC95%:1,11-1,38) e tiveram mais dificuldades para marcar consulta (RPa:1,52; IC95%:1,35-1,71), conseguir atendimento de saúde (RPa:1,50; IC95%:1,22-1,84) e medicamentos (RPa:2,17; IC95%:1,77-2,67), realizar exames (RPa:1,78; IC95%:1,50-2,10) e intervenções programadas (RPa:1,65; IC95%:1,16-2,34). A presença de DCNT associou-se à maior adesão ao distanciamento social, procura por atendimento de saúde e dificuldade na utilização dos serviços de saúde.