O tratamento das oclusopatias em um sistema de saúde pública requer o levantamento de dados sobre as necessidades ortodônticas de uma determinada população. Dessa forma, diferentes métodos de registro foram desenvolvidos para classificar os problemas de oclusão. O objetivo neste estudo foi investigar a prevalência das oclusopatias e a necessidade normativa de tratamento ortodôntico em jovens de 12 anos de idade. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal realizado com 461 escolares da rede de ensino público. Para a avaliação foram realizados exames clínicos utilizando a Classificação de Angle e o Índice de Estética Dentária (DAI). Observou-se que 8,89% apresentavam oclusão normal, 56,83% oclusopatia em Classe I, 24,08% em Classe II e 10.20% em Classe III. Nenhum ou necessidade de tratamento ortodôntico leve foi observado em 47,51%; o tratamento eletivo esteve presente em 20,61%, altamente desejável em 13,45% e obrigatório em 18,44% dos jovens. Dentre os resultados dos exames clínicos para diagnóstico de oclusopatias utilizando a Classificação de Angle foi observado associação com o Índice de Estética Dentária (DAI) (p <0,0001). Dos componentes do DAI, as principais anomalias dentofaciais observadas foram o apinhamento (63,56%), desalinhamento mandibular anterior (62,26%) e overjet maxilar (45,99%). A prevalência das oclusopatias e da necessidade normativa de tratamento ortodôntico foi elevada, sendo que aproximadamente 1/5 com necessidade de tratamento obrigatório. Os índices foram eficazes para a identificação das oclusopatias, entretanto por avaliarem aspectos clínicos distintos, poderiam ser utilizados concomitantemente para aprimorar o diagnóstico das oclusopatias.