Research, Society and Development, 1(10), p. e25710111611, 2021
Introdução: a preocupação quanto à capacidade de atendimento em saúde, principalmente hospitalar, aumenta com o recrudescimento da epidemia do Covid-19. Objetivo: analisar dados do SIVEP-Gripe de 18 municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro, de pacientes internados por SRAG em hospitais públicos e privados. Métodos: é um estudo epidemiológico ecológico e de coorte histórica com o município e o paciente como unidades de análise, no período de março a novembro de 2020. Foram estimadas as razões de chances para sinais e sintomas, fatores de risco, se hospital público ou privado, internação em UTI e óbitos. Empregou-se o teste do qui-quadrado de Pearson (p<0,05). Resultados: somente Niterói internou >90% dos seus residentes. Pelo menos 25% dos hospitais, públicos e privados, internaram somente um paciente levando à dificuldade de aprendizado. Os hospitais públicos apresentaram maior chance de terem internado pacientes mais velhos, de cor de pele preta ou parda, com dispneia, desconforto respiratório e baixa saturação de oxigênio, doença hepática e imunossupressão, condições de maior risco para resultados negativos. A chance de um paciente ter passado por uma UTI em um hospital público foi cerca da metade do hospital privado e a de morte foi cerca do triplo. Conclusão: os municípios estudados, exceto Niterói, não estão preparados para dar suporte a seus residentes na pandemia de Covid-19. Verificou-se discrepância no atendimento dos hospitais públicos e privados, assim como falhas na atenção básica levando a um maior risco de resultados desfavoráveis e um elevado número de óbitos nas unidades hospitalares públicas.