Os sais de lítio são usados no transtorno de humor, uma vez que este elemento químico atua no sistema nervoso central. Para aumentar a biodisponibilidade deste metal, estratégias são estudadas, como a bioacumulação em basidiomicetos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre a capacidade de bioacumulação de lítio in vitro por basidiomicetos. Artigos científicos sobre biocumulação, lítio e basidiomicetos publicados nos anos de 1980 a 2020 foram pesquisados. Uma alternativa para o tratamento do transtorno de humor bipolar é o carbonato de lítio, porém sua faixa terapêutica é estreita, o que pode levar a intoxicação medicamentosa. A bioacumulação de lítio in vitro em basidiomicetos pode ajudar na redução dos efeitos colaterais e melhorar a biodisponibilidade do lítio. São escassos os estudos sobre bioacumulação de lítio em basidiomicetos, e a maioria utiliza LiCl como fonte de lítio, provavelmente pela sua alta solubilidade. O cultivo micelial dos fungos em meio líquido têm sido a melhor opção para a produção de biomassa enriquecida com lítio. Dentre os estudos analisados, Pleurotus ostreatus é a espécie mais estudada na bioacumulação de lítio, tanto na forma de basidiocarpo quanto na forma micelial. Outras espécies como Agaricus subrufescens, Ganoderma lucidum, Lentinus crinitus, Pleurotus eryngii também já foram avaliadas. A biomassa micelial bioacumulada com lítio pode ser considerada uma opção de suplementação ao tratamento contra os distúrbios de humor bipolar, ou um preventivo ao suicídio e até mesmo ao Alzheimer, existindo a necessidade de novos estudos.