Medicina (Ribeirão Preto), 4(53), p. 370-378, 2020
DOI: 10.11606/issn.2176-7262.v53i4p370-378
Objetivo: descrever as internações hospitalares no estado de Minas Gerais devido às intoxicações medicamentosas, em crianças menores de cinco anos de idade, entre os anos de 2009 e 2018. Métodos: estudo descritivo-analítico de levantamento, com dados do Sistema de Internações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS); os diagnósticos foram extraídos conforme a 10ª Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10); os medicamentos envolvidos foram categorizados em classes terapêuticas segundo a Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) e os dados obtidos foram analisados por estatística descritiva. Resultados: foram identificadas 1.888 internações com 2358 diagnósticos de intoxicações e três óbitos; as classes terapêuticas mais frequentes foram fármacos não especificados (47,54%), antiepilépticos/sedativo-hipnóticos/antiparkinsonianos (14,72%); fármacos psicotrópicos (6,62%); antibióticos sistêmicos (4,88%); e analgésicos/antitérmicos não opiáceos (4,75%). Conclusão: dentre as classes terapêuticas identificadas, os medicamentos que atuam no Sistema Nervoso Central foram os principais agentes causadores de intoxicação medicamentosa. No entanto, mais estudos são necessários para a análise das internações de todo o estado, uma vez que o SIH/SUS apenas contempla as internações subsidiadas pelo SUS.