Faculdade de Medicina de Itajubá, Revista Ciências em Saúde, 4(10), p. 77-84, 2020
DOI: 10.21876/rcshci.v10i4.994
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Objetivo: A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é um distúrbio clonal de células progenitoras hematopoiéticas, caracterizada por uma translocação recíproca entre os cromossomos 9 e 22, que resulta no gene híbrido BCR-ABL1.Mesmo com o progresso no tratamento da doença permitido pelos inibidores de tirosina quinase, mutações pontuais no domínio desse gene são as principais causas de resistência terapêutica, principalmente ao mesilato de imatinibe. O objetivo desse estudo foi analisar as mutações pontuais de alta resistência em paciente com LMC e sua possível correlação com a resposta ao tratamento. Métodos: Estudo transversal com 58 pacientes com LMC em tratamento com imatinibe e com resposta subótima à terapia. As amostras de sangue foram analisadas por PCR em tempo real usando a química TaqMan® para avaliar as seguintes mutações pontuais: T315I, E255V e Y253H. Resultados: Nenhum dos 58 pacientes apresentou alguma das mutações investigadas. Houve uso irregular da medicação em 16% (n = 9), dos quais 44% (n = 4) relataram uso descontínuo e interrupção por conta própria, e 56% (n = 5) apresentaram intolerância ao tratamento e trocaram de fármaco. Conclusão: A ausência das mutações pontuais nos pacientes portadores de LMC analisados neste estudo demonstrou que a falha na terapia não tem correlação molecular com as mutações analisadas e pode estar relacionada à menores taxas de adesão ao tratamento. Estes achados foram demonstrados em um número considerável de pacientes avaliados, apontando a necessidade da edução sobre a importância de seguir as recomendações sobre seu tratamento para evitar complicações futuras.