Research, Society and Development, 11(9), p. e98291110574, 2020
Introdução: No Brasil, o número de mulheres que sofrem violência doméstica aumentou significativamente. Foram registrados no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) em 2016, onde 57.395 óbitos foram de mulheres em decorrência de agressões. Objetivo: caracterizar os casos de violência contra as mulheres acompanhados em um centro de referência municipal de Teresina – PI. Metodologia: Estudo documental retrospectivo, de abordagem quantitativa descritiva realizada no Centro de Referência da mulher em Situação de Violência Esperança Garcia em 2019. A amostra foi composta por 120 prontuários de mulheres. Foram incluídos os prontuários das mulheres com idade acima de 18 anos e, excluídos apenas os que apresentaram informações incompletas. Para coleta dos dados, utilizou-se um questionário com perguntas fechadas. Os dados foram analisados no programa SPSS versão 20. Resultados: O estudo mostrou que as mulheres que sofreram violência tinham idade entre 29 a 38 anos (35.3%), cor parda (85.8%), nível médio de escolaridade (44.1%), em união estável (42.5%), desempregadas (42.5%), com moradia própria (70.8%), comportamento heterossexual (100%). Quanto ao tipo de violência, 100% sofreram violência psicológica, 84.1% moral e 65.8% física. As agressões ocorriam há mais de um ano, em domicílio, e a maioria dos casos acontecia por não desejar mais conviver com o agressor Quanto ao agressor, 33.33% tinham entre 39 a 49 anos, 95% eram da cor parda, 62.5% trabalhavam, 29.1% eram companheiros da vítima e 46.67% não estavam sob efeito de nenhuma droga. Conclusão: É necessário que haja o engajamento dos diferentes setores da sociedade para garantir que todas as mulheres tenham seus direitos preservados. Espera-se que com os dados obtidos na pesquisa possam colaborar com as Políticas Públicas de enfretamento efetivas principalmente no estado do Piauí, que tem apresentado dados alarmantes sobre a violência contra a mulher.