Faculdade de Letras, Revista da Escola de Enfermagem da USP, (54), 2020
DOI: 10.1590/s1980-220x2019018303658
Full text: Download
RESUMO Objetivo Analisar as representações sociais de mulheres com diagnóstico de HIV sobre sua sexualidade, considerando características geracionais. Método Pesquisa qualitativa, com mulheres que participaram por meio de entrevista. O corpus constituído foi processado pelo software Iramuteq. A análise ancorou-se na Teoria das Representações Sociais. Resultados Participaram 39 mulheres, com idade entre 18-76 anos e em sua maioria com ensino médio, que evocaram os termos ‘gente’ (301), ‘companheiro’ (277), ‘filho’ (249), ‘vírus’ (275) e ‘querer’ (216). As mais jovens aceitam revelar e/ou ‘contar’ sobre a sua condição para seu(s) parceiro(s) e familiares, aspecto que não se revela nas falas de mulheres com outras idades. Para as mulheres com 45 e mais anos, o/a filho/a ocupa lugar de destaque, e para as idosas a centralidade da representação remetia à autocensura e à manutenção do jogo vítimas/culpadas. Conclusão Este estudo possibilitou a identificação de processos de ancoragem das sexualidades em termos do que ‘não pode ser revelado’ para além do âmbito familiar. Nesse sentido, os elementos ‘sexo’ e ‘relação-sexual’, concebidos pelo senso comum como sinônimo de sexualidade, independentemente da geração, apresentaram baixa frequência.