Ministério da Saúde, Epidemiologia e Serviços de Saúde, 5(29), 2020
DOI: 10.1590/s1679-49742020000500002
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Resumo Objetivo: Analisar a tendência temporal e descrever a distribuição espacial da leishmaniose visceral (LV) em Fortaleza, 2007-2017. Métodos: Estudo ecológico, mediante regressão temporal segmentada e mapeamento temático. Resultados: No período 2007-2017, foram confirmados 1.660 casos novos e 97 óbitos. No período 2007-2010, a incidência foi ascendente (variação percentual anual [Annual Percent Change], APC=8,7% - IC95% -3,3;34,1), enquanto a mortalidade (APC=-25,9 - IC95% -48,5; -10,6) e a letalidade (APC=-33,0 - IC95% -53,7;-17,6), descendentes. No período 2010-2015, a incidência reduziu (APC=-15,8 - IC95% -25,1;-4,0), mas a mortalidade (APC=18,7 - IC95% 9,4;50,6) e a letalidade (APC=40,1 - IC95% 22,5;72,0) apresentaram tendência de crescimento. Em 2015-2017, decresceram a incidência (APC=-24,6 - IC95% -36,2;-10,3) e a mortalidade (APC= -44,6 - IC95% -58,8;-17,6); a letalidade se manteve estável (APC=-13,5 - IC95% -38,7;3,8). Houve concentração de bairros com incidência elevada na região oeste da cidade; porém, a mortalidade e a letalidade não apresentaram padrões espaciais definidos. Conclusão: A LV é endêmica em Fortaleza, embora tenha havido declínio no último triênio estudado.