Published in

Ordem dos Médicos, Acta Médica Portuguesa, 3(27), p. 364-371, 2014

DOI: 10.20344/amp.4959

Links

Tools

Export citation

Search in Google Scholar

Infeções do trato urinário numa coorte de transplantados renais

This paper is made freely available by the publisher.
This paper is made freely available by the publisher.

Full text: Download

Green circle
Preprint: archiving allowed
Green circle
Postprint: archiving allowed
Green circle
Published version: archiving allowed
Data provided by SHERPA/RoMEO

Abstract

Introdução: A infeção do trato urinário é a complicação infeciosa mais comum no período pós transplante renal, estando a sua frequência pouco caracterizada na população portuguesa. Este trabalho teve como objetivo determinar a incidência de infeções do trato urinário e infeções do trato urinário recorrentes em transplantados renais.Material e Métodos: Tratou-se de um estudo observacional de coorte retrospetiva, com consulta dos processos clínicos de doentes transplantados entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2005, no Hospital de Santa Cruz, com seguimento durante cinco anos ou até à data de perda de enxerto, morte ou perda de follow-up. Após uma análise descritiva da população, utilizámos testes bivariados para identificação de fatores associados a infeções do trato urinário.Resultados: Em 127 doentes incluídos com seguimento de 593 doentes/ ano, 53 (41,7%) tiveram pelo menos um episódio de infeção do trato urinário e 21 (16,5%) tiveram infeções do trato urinário recorrentes. O género feminino foi o único fator associado com ocorrência de infeções do trato urinário (p < 0,001, OR = 7,08, RR = 2,95) e infeções do trato urinário recorrentes (p < 0,001, OR = 4,66, RR = 2,83). Os agentes etiológicos mais frequentes foram Escherichia coli (51,6%), Klebsiella pneumoniae (15,5%) e Enterobacter spp (9,9%). As infeções do trato urinário não causaram aumento de mortalidade ou perda de enxerto, mas foram a principal causa de internamentos hospitalares.Discussão: Na nossa população, apenas o género feminino foi identificado como fator de risco para o desenvolvimento de infeções do trato urinário, recorrentes ou não. Escherichia coli foi o agente etiológico mais frequente.Conclusão: Apesar das medidas preventivas adotadas, as infeções do trato urinário continuam a ser uma importante causa de morbilidade e de internamentos hospitalares.Palavras-chave: Infeção do Tracto Urinário; Complicações Pós-operatórias; Factores de Risco; Transplantação Renal; Portugal.