Revista da Associação Brasileira de Nutrição - RASBRAN, 1(11), p. 72-85, 2020
DOI: 10.47320/rasbran.2020.1753
Introdução: A constipação é um distúrbio no trato gastrointestinal determinado pela dificuldade e/ou rara eliminação das fezes. Sua etiologia é multifatorial e o hábito alimentar inadequado é fator de risco. Objetivo: Avaliar a prevalência de constipação intestinal e verificar o conhecimento sobre fibras alimentares e os hábitos de vida relacionados em pacientes com constipação e sem constipação segundo o critério Roma III. Metodologia: Estudo transversal e descritivo. Coletaram-se dados socioeconômicos, clínicos e aplicou-se um questionário sobre o consumo alimentar, hábitos de vida e conhecimento sobre prevenção e tratamento da constipação intestinal. A constipação intestinal foi definida de acordo com o consenso de ROMA III. Os resultados foram comparados pelo teste Qui-quadrado, ajustado pela correção de Bonferroni, adotando nível de significância de 5%. Resultados: A prevalência de constipação auto-referida foi de 30% e de 33% pelo critério ROMA III. O uso de recursos caseiros para constipação foi mencionado por 55,3% dos constipados e 29,2% dos não constipados. Indivíduos não constipados apresentaram maior conhecimento sobre alimentos fontes de lactobacillus. Sobre o consumo de água, 13,2% dos constipados e 31,8% dos não constipados ingerem mais que oito copos por dia (p=0,02). Quanto aos medicamentos e recursos dietéticos para o auxílio da constipação, os constipados consistem no grupo que mais os consumiu (p<0,05). Conclusão: Foram observadas diferenças entre os hábitos e o conhecimento sobre alimentação entre constipados e não constipados. Avaliar a prevalência de constipação intestinal e fatores associados é fundamental para auxiliar no tratamento e na prevenção da mesma.