Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Cadernos de Saúde Pública, suppl 2(36), 2020
DOI: 10.1590/0102-311x00211518
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Resumo: A dificuldade de alcançar coberturas ideais para a vacina contra influenza no Brasil e a crescente onda do movimento antivacina no mundo apontam a necessidade de aprofundar a compreensão dos determinantes individuais de adesão a essa vacina. O Modelo de Crenças em Saúde, um modelo teórico que objetiva explicar e predizer o comportamento em relação à saúde, sugere que crenças individuais influenciam a adoção de comportamentos relacionados a essa área. Este trabalho teve como objetivo a adaptação transcultural de um instrumento para avaliar os preditores de aceitação da vacina da influenza em adultos no Brasil. Realizaram-se a tradução, a retrotradução, a validade de face e um inquérito para validade de construto. Também foram analisados os fatores associados à adesão à vacina da influenza em 2017. Um instrumento, originalmente com sete domínios, foi identificado e selecionado. Na análise fatorial, quatro dos sete construtos do modelo teórico foram validados: Suscetibilidade, Barreiras, Estímulos para a ação e Motivação para a saúde. No inquérito das 396 pessoas, 59,3% relataram vacinação contra influenza na última campanha de 2017. Sexo feminino, idade > 50 anos, gestante, vacina na rede privada, vacinação contra a hepatite B e influenza antes de 2017 mostraram-se como fatores associados à vacinação em 2017. No modelo logístico final, a percepção de Barreiras apresentou-se como um forte Estímulo para não vacinação, ao passo que Estímulos para a ação atuou aumentando a chance de vacinação.