Ciência & Saúde Coletiva, 9(25), p. 3511-3516, 2020
DOI: 10.1590/1413-81232020259.19482020
Resumo A pandemia de COVID-19 gerou diversas polêmicas na área da saúde, particularmente sobre as medidas de isolamento social, entendida como uma das estratégias mais eficazes para reduzir a propagação do vírus. A área da Educação Física (EF) se envolveu nessas discussões, por meio de posicionamentos contraditórios de profissionais, sociedades científicas e entidades de classe a respeito da reabertura das academias de ginástica em plena pandemia. Entendemos que alguns destes discursos revelaram importantes fragilidades com relação à aproximação aos conhecimentos básicos de saúde, como aqueles relativos à epidemiologia e medidas sanitárias. Buscamos neste ensaio, sem a intenção de esgotar o assunto ou realizar receituário acadêmico, sustentar nossa posição a respeito da urgência da aproximação da formação em EF com o campo da Saúde Coletiva, bem como apresentar algumas proposições para que ela, de fato, aconteça. Defendemos assim uma formação que favoreça uma visão mais ampliada da saúde, que possibilite que profissionais e professores compreendam a relação potencial entre a EF e a saúde, mas que ao mesmo tempo reconheçam que a atividade física não é uma panaceia e que a saúde humana tem muitos outros determinantes e condicionantes.