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A criança com perturbação de hiperatividade com défice de atenção : panorama da consulta de desenvolvimento do CHCB

Thesis published in 2013 by Ana Filipa Ascensão Alves Santos
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Abstract

Introdução: A Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção é a perturbação de neurocomportamental mais comum da infância e carateriza-se por incapacidade de focar e suster a atenção, controlar o nível de atividade e moderar as ações impulsivas, o que leva ao desenvolvimento de comportamentos discordantes com a idade e nível de desenvolvimento. É uma doença com elevada prevalência, mais comum em indivíduos do género masculino e cujo diagnóstico assenta em critérios clínicos e que, pelas implicações ao nível socioeducacional necessita de uma abordagem multidisciplinar no sentido de reduzir as complicações a curto e longo prazo. Métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo, transversal, das crianças com Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção medicadas seguidas na consulta de desenvolvimento do Centro Hospitalar da Cova da Beira. Os dados foram recolhidos entre Setembro de 2011 e Março de 2012, através da consulta dos processos eletrónicos e em papel. Resultados: Estudaram-se 69 crianças medicadas com metilfenidato, sendo 17,4% do género feminino e 82,6% do género masculino, com idades compreendidas entre os 7 e os 16 anos de idade, com média de idades de 10,6±2,3. Das 69 crianças 43,5% apresentavam uma perturbção do subtipo mista, 31,9% do subtipo hiperativo e e 24,6% do subtipo desatento. A média do QI era de 87,5±1,7. Obtiveram-se resultados estatisticamente significativos que relacionam os sintomas com o quociente de inteligencia total (p=0,021), com o quociente de inteligencia verbal (p=0,029), com o quociente de inteligencia de realização (p=0,033) e com a Organização Percetiva (p=0,024). Obteve-se significância na diferença entre o quociente de inteligencia verbal e o quociente de inteligencia de realização (p=0,033), que se traduz num quociente de inteligencia de realização superior ao quociente de inteligencia verbal. Obteve-se ainda significância na relação entre os sintomas e a medicação efetuada (p=0,037). Não se obteve significância em relação à analise estatistica dos traçados eletroencefalograficos que foram realizados em 23 das crianças. Conclusão: Os resultados obtidos no presente estudo permitem-nos concluir que, nesta população de crianças, quanto mais elevado o quociente de inteligencia total, quociente de inteligencia verbal, o quociente de inteligencia de realização e a subescala Organização Percetiva melhor é o controlo dos sintomas com a medicação efetuada. Os resultados deste estudo apontam para uma diferença significativa entre o quociente de inteligencia verbal e o quociente de inteligencia de realização, no entanto esta diferença parece ser desadequada na prática clínica, para diagnóstico de perturbação de hiperatividade com défice de atenção, devido à sua elevada variabilidade. Concluiu-se ainda, no que diz respeito à medicação, que uma percentagem elavada das crianças que se encontram medicadas com metilfenidato 18mg, 20 mg ou 36 mg se encontram na categoria “Sem sintomas/Poucos sintomas”; contrapondo com as dosagens de 30 e 40 mg que apresentam um numéro comparativamente elevado de crianças na categoria “alguns sintomas”. O estudo eletroencefalográfico não permitiu significância estatística em nenhuma das análises provavelmente devido ao número reduzido de crianças que foram submetidas ao exame.