Revista Augustus, 51(25), p. 370-380, 2020
DOI: 10.15202/1981896.2020v25n51p370
As pandemias são epidemias de larga escala que se espalham pelo mundo. Nas últimas semanas, a população e os governos de todo o mundo têm dedicado esforços para frear o rápido avanço da pandemia de Covid-19, que infectou pessoas em 169 países. Além de mortes, problemas econômicos e o colapso dos sistemas de saúde dos países afetados, o espalhamento da pandemia provocou pânico generalizado. No entanto, notavelmente pouca atenção tem sido dedicada aos fatores psicológicos que influenciam a propagação da infecção pandêmica e o sofrimento emocional associado e a ruptura social e as perdas associadas aos fatores de vulnerabilidade psicológica que contribuem para a disseminação de doenças e angústias. O presente artigo objetivou analisar e refletir sobre o medo, a ansiedade e a falta do rito da finalização da vida, afetando psicologicamente quem perde seus entes queridos sem o direito a despedida, perpetuando o luto. Muitos não estão sendo aceitos socialmente, desencadeando sofrimentos secundários e colaterais, os denominados lutos marginais e necessitam de urgentes ações de políticas públicas de apoio psicológicos pois, notadamente pouca atenção tem sido dedicada a este sofrimento.