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Estudos prévios apontam que níveis mais severos da personalidade (isto é, funcionamentos patológicos da personalidade – FPP) se associam com maior presença de sintomas depressivos, baixa qualidade de vida e esperança. Entretanto, não foram observados estudos utilizando conjuntamente essas três variáveis em um modelo focado no FPP. O objetivo deste trabalho foi verificar a capacidade preditiva dos níveis de FPP sobre qualidade de vida (QV), esperança e depressão. Participaram 475 sujeitos que responderam: Inventário Dimensional Clínico versão triagem (IDCP-triagem), Escala Baptista de depressão versão triagem (EBADEP-A-triagem), WHOQOL-Bref e Escala de Esperança de Herth (EEH). Por meio da modelagem de equações estruturais, indicadores de depressão foram positivamente preditos pelo FPP, enquanto os de QV e esperança foram negativamente preditos, tal qual as hipóteses do estudo. Estes achados demonstram a alta capacidade preditiva do FPP sobre depressão, QV e esperança. Na clínica, ao observar perfil que combine estas características pode ser indicado a necessidade da avaliação dos aspectos patológicos da personalidade.