Faculdade de Letras, Saúde e Sociedade, 4(28), p. 214-228, 2019
DOI: 10.1590/s0104-12902019180699
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Resumo Este estudo pretende identificar e analisar as representações que pessoas idosas institucionalizadas têm das estruturas residenciais que habitam. A hipótese formulada é a de que as pessoas idosas, quando institucionalizadas, poderão alterar a sua representação eivada de conteúdos avaliativos negativos de acordo com o cenário encontrado. Na pesquisa optou-se por uma abordagem metodológica qualitativa, e o procedimento metodológico utilizado para coleta do material empírico foi a entrevista semiestruturada. Tomou-se como ponto de partida a teoria das representações sociais, desenvolvida por Serge Moscovici, para testar a ideia de que a experiência vivencial de entrada e estadia numa estrutura residencial para idosos poderá contribuir para uma alteração no sistema periférico das representações sociais do objeto, aliviando a carga negativa do seu núcleo central enquanto representação hegemônica. Foi possível perceber que a transformação das representações acontece por efeito de fatores experienciais e contextuais, na sequência de novas práticas sociais decorrentes do “viver em uma estrutura residencial”. Nesse sentido, duas das principais contribuições deste estudo são a identificação e a análise das práticas potenciadoras de transformação da representação negativa da estrutura residencial, estruturadas numa tipologia tripartite: (1) conforto material e físico; (2) fuga à solidão; (3) manutenção da ligação à família.