Brazilian Association of Sanitary and Environmental Engineering, Engenharia Sanitaria e Ambiental, 1(24), p. 131-142, 2019
DOI: 10.1590/s1413-41522019176320
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RESUMO Lagos artificiais formados em áreas de mineração a céu aberto são unidades complexas e se constituem em passivos ambientais emergentes advindos da indústria da mineração. Embora estejam aumentando em número em várias partes do globo, são um problema ambiental recente e ainda pouco estudado, especialmente no tocante à qualidade e à toxicidade de suas águas, que podem apresentar riscos ambientais preocupantes, dado seu potencial de contaminação. O presente trabalho descreve os resultados da análise sazonal de aspectos químicos, ecotoxicológicos e genotoxicológicos das águas de três cavas de mineração de ouro desativadas localizadas em Mara Rosa, Goiás, Brasil. Amostras de água foram coletadas em perfil em duas estações climáticas distintas - inverno e verão - e foram analisadas quimicamente para determinação de metais e ânions. Também foram desenvolvidos testes ecotoxicológicos e ensaios cometa com peixes da espécie Danio rerio. Os resultados indicaram que as concentrações das espécies químicas analisadas se mostraram predominantemente crescentes no sentido da superfície ao fundo e mais elevadas durante a estação seca. As águas do Lago Azul demonstram estar quimicamente comprometidas, pois são ácidas e ricas em analitos potencialmente tóxicos, como alumínio, cádmio, chumbo, cobre, manganês, níquel e zinco. Não foram identificadas alterações ecotoxicológicas significativas para nenhuma das amostras analisadas, todavia, em termos genotoxicológicos, o Lago Azul apresentou danos ao DNA a partir da concentração de 25% na estação seca e de 50% na estação chuvosa.