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Estudo de fatores sociodemográficos e comportamentos de risco associados à aquisição de infeções sexualmente transmissíveis em estudantes estrangeiros em intercâmbio universitário em Portugal

Published in 2020 by Andreia Sofia Agostinho Gravata
This paper was not found in any repository; the policy of its publisher is unknown or unclear.
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Abstract

As infeções sexualmente transmissíveis (IST) são um problema de saúde pública a nível mundial, pelo risco de desenvolvimento de sequelas, especialmente em jovens. Estas infeções, apesar da morbilidade e mortalidade associada, são frequentemente negligenciadas ou abordadas apenas na perspetiva de prevenção da infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH). Este estudo teve como principal objetivo avaliar, através da aplicação de um questionário, os fatores sociodemográficos e comportamentos de risco associados à aquisição de IST, através do reconhecimento dos fatores de risco pessoal de aquisição das mesmas e do conhecimento sobre infeção por Chlamydia trachomatis em estudantes em intercâmbio universitário em Portugal. Avaliaram-se 488 questionários, sendo a amostra estudada constituída por 60,8% participantes do sexo feminino e 32,9% do sexo masculino, com idades entre os 18 e os 30 anos (média de 23,5 anos). A idade média para o início da vida sexual foi de 17,6 anos e a média de parceiros sexuais de 7,1. Relativamente ao tipo de contacto sexual, 88,6% e 33,1% afirmaram praticar relações sexuais de tipo oral e anal, respetivamente. Dos participantes que facultaram resposta, 6,2% referiram praticar relações sexuais apenas com parceiros do mesmo sexo e 5,8% com parceiros de ambos os sexos. Verificou-se também que 66,5% e 18,7% dos jovens referirem a prática de relações sexuais sob o efeito do álcool e de estupefacientes, respetivamente. Na amostra estudada, a utilização do preservativo em relações sexuais de tipo vaginal/anal foi relatada por 65,5%, enquanto as relações sexuais de tipo oral foram referids apenas por 4,7% dos participantes. Neste estudo, 6,4% dos participantes referiram antecedentes de IST, apresentando este grupo um número de parceiros sexuais superior comparativamente ao grupo sem história de IST. Apesar do elevado grau académico dos participantes do presente estudo, 39,4% afirmaram desconhecer Chlamydia trachomatis enquanto agente de IST e 18,5% não reconheceram o risco de transmissão de infeção por via oral. Procedeu-se ainda à execução de um rastreio de infeção por C. trachomatis em 177 participantes. Para tal, recorreu-se a uma técnica laboratorial de reação de cadeia de polimerase (PCR) em amostras de urina, tendo sido identificada apenas uma amostra positiva. Na amostra estudada os fatores de risco associados a uma maior prevalência de IST continuam a ser importantes, nomeadamente início precoce da atividade sexual, parceiros sexuais múltiplos, ausência de medidas de proteção durante as relações sexuais e prática frequente de relações sexuais sob o efeito do álcool. O estudo efetuado, com as limitações decorrentes da amostragem e número de participantes revela uma necessidade em assegurar uma prevenção e aumento dos níveis de conhecimento sobre IST, com o intuito de reduzir as taxas de infeção e sequelas associadas, principalmente em jovens. É ainda importante sensibilizar os profissionais de saúde para a promoção do uso do preservativo, porque na amostra estudada e à semelhança dos dados encontrados na literatura consultada, observou-se uma reduzida utilização do preservativo. ; ABSTRACT Sexual transmitted infections (STI) are a worldwide public health problem because of its reproductive sequelae, mostly observed in young people. Those infections, despite of its associated morbidity and mortality are frequently overshadowed and neglected in favour of the human immunodeficiency virus infection. The purpose of this study was to evaluate sociodemographic factors and risky behaviours associated with STI acquisition and to assess personal awareness of risky behaviour and the knowledge about Chlamydia trachomatis infection between international exchange students in Portugal. For this purpose, the main instrument for data collection was a questionnaire. Four hundred and eighty eight (488) questionnaires were evaluated, being the sample of participants composed by 60,8% females students and 39,2% male students, with ages between 18 and 30 years old (mean of 23,5 years old). The mean age for the beginning of the sexual life was 17,6 years old and the mean number of lifetime sexual partners was 7,1. Concerning the sexual practices, 88,6% and 33,1% claimed that they do oral and anal sex, respectively. Of the participants who provided answers, 6,2% mentioned a sexual relationship exclusively with the same sex and 5,8% mentioned a sexual relationship with both sexes. Also, 66,5% and 18,7% reported having had sex under the influence of alcohol and drugs, respectively. In the studied sample, the condom use in vaginal/anal sex was mentioned by 65,5%, while in oral sex, only 4,7% of the participants reported its use. In this study, 6,4% of the participants reported a background of STI, showing a higher number of sexual partners, relatively to the group without STI history. Despite the academic degree of the participants of this study, 39,4% didn’t recognize C. trachomatis as an STI agent and 18,5% didn’t know that STI can be transmitted through oral sex. During the study it was preformed a screening test for C. trachomatis on 177 participants. To do so, it was performed a polymerase chain reaction (PCR) in urine samples and only one positive sample was identified. The answers given suggested that the risky behaviours are important in this studied sample, mainly the early age for sexual activity, multiple sex partners, the absence of protection during sexual intercourse and the regular practice of sexual intercourse under the influence of alcohol. Our study, despite its epidemiological limitations, also reinforces the importance of ensuring a good prevention and incrising of the knowledge about STI, in order to reduce the infection rates and its sequelae, mainly in young people. It is also important to engage the health care professionals in the promotion of condoms use, since as in other studies, these are seldom used.