Sociedade Brasileira de Zootecnia, Revista Brasileira de Zootecnia, 4(40), p. 772-780, 2011
DOI: 10.1590/s1516-35982011000400010
Full text: Download
Os objetivos neste estudo foram avaliar um modelo animal multirracial (MAMR) heterocedástico para estimar a heterogeneidade de variância residual devida à raça, à heterozigosidade, ao sexo e ao grupo de contemporâneos (GC) e a robustez a dados extremos. Foram avaliadas diferenças nas estimativas de componentes de variância, herdabilidades e valores genéticos. Foram utilizados 4.016 registros de ganho de peso pós-desmame (GPD) do rebanho de formação da raça Brangus-Ibagé da Embrapa Pecuária Sul. Os dados foram analisados por um MAMR com quatro especificações diferentes da distribuição dos resíduos, definidas pela natureza da variância residual homocedástica (HO) ou heterocedástica (HE) e pela distribuição marginal dos resíduos Gaussiana (G) ou t de Student (T). O melhor ajuste aos dados foi pelo MAMR-T-HE e foi observada heterocedasticidade devida ao sexo e à heterozigosidade dos animais e entre grupos de contemporâneos. Houve diferenças substanciais nas variâncias genéticas de grupos raciais estimadas utilizando-se diferentes modelos e nos heterocedásticos, MAMR-G-HE e MAMR-T-HE. As maiores diferenças nas estimativas de herdabilidade ocorreram entre grupos raciais diferentes. Também foram observados reordenamentos na classificação de animais superiores quanto ao mérito genético quando variâncias residuais heterogêneas e robustez a dados extremos foram consideradas. Avaliações genéticas multirraciais utilizando o modelo t de Student para descrever resíduos e assumindo variâncias residuais heterogêneas são mais apropriadas para realizar interferência no mérito genético de animais produtos de cruzamento entre as raças Angus e Nelore.